Abordagem Sistêmica

Na amplitude da ciência psicológica, entende-se por terapia ou abordagem sistêmica um conceito utilizado para se referir aos diferentes segmentos sociais em que o sujeito encontra-se inserido, isto é, no contexto familiar, social, escolar, comunitário. Nessa perspectiva, esses segmentos se envolvem mutuamente e formam um sistema em relação.

Assim, o trabalho sistêmico pode ser indicado para todas as faixas etárias, e visa escutar e acolher o sofrimento psíquico do sujeito ou alguma forma de dificuldade emocional nesses contextos sistêmicos. Nesse sentido, o procedimento terapêutico pode ser realizado de modo individual, com casais, ou familiar.

O processo terapêutico tem o objetivo de intervir de modo intenso e por tempo limitado, com o intuito modificar o padrão de relacionamento intra ou extra-familiar. Esse trabalho pode ser realizado através de uma reflexão sobre suas questões individuais, seus processos de convivência familiar ou com o seu cônjuge. As técnicas utilizadas na abordagem sistêmicas são pautadas no aqui e agora, ou seja, no intuito de estabelecer uma aliança em terapeuta, e contribuir para a melhoria da comunicação nos relacionamentos interpessoais sistêmicos.

A princípio, o referencial da Terapia Sistêmica pautou-se exclusivamente ao atendimento às famílias. Porém, com o desenvolvimento científico, metodológico e prático da abordagem, a teoria foi se reestruturando para também compreender o funcionamento dos sujeitos em seus contextos individuais, bem como na realização da clínica individual.


Terapia Sistêmica com Casais

A terapia familiar também associa-se a sua variante de terapia de casal, dada à sua origem no seio do modelo sistêmico. A terapia de casais visa compreender os problemas em termos de interação do casal com os sistemas, tendo em vista que tais relacionamentos são considerados com um fator determinante para a saúde mental.

Nos dias atuais, alguns problemas são comuns a diversas pessoas, como doenças, desemprego e aposentadoria, mas quando se trata de casal, além dessas,podem aparecer outras problemáticas, como brigas, difi culdade de relacionamento afetivo e amoroso e até o divórcio. Para tanto, há estudos que tentam identificar as características dos processos interacionais, que ao longo do tempo, podem permitir aos casais fortalecer a flexibilidade e sair das crises com o mínimo de desgaste possível ou até mesmo mais unido (WALDEMAR, 2008).

Sadock e Sadock (2007) explicam que a maioria das pessoas vive em uma matriz de relacionamento na qual encontram conexão, consolo, intimidade e felicidade. No entanto, também experimentam obrigações, responsabilidades, compromissos e atritos. No caso do casal, a saúde psicológica e a sensação de bem-estar dependem, em grau significativo, da qualidade do relacionamento entre os parceiros, ou seja, dos padrões de interação estabelecidos.

Desse modo, a terapia de casais objetiva auxiliar os cônjuges nas dificuldades específicas que eles estão vivendo. De modo que contribua para identificar os pontos de conflito existentes na relação e a determinar quais as mudanças desejáveis, sejam no modo de se relacionar, sejam mudanças individuais.

Terapia Familiar

A terapia familiar surgiu dos problemas da clínica psiquiátrica ligados a certos impasses pragmáticos que a realidade cotidiana colocava aos terapeutas. Aparece como um recurso diante de realidades inextrincáveis por meio da criação de acontecimentos singulares: inscrevendo-se no tempo e no espaço, modificando a evolução da família; estabelecendo uma conexão entre a semiologia do corpo e a do espírito; dos modos de conduta, emoção e pensamento de microssistemas familiares. A terapia familiar é composta por vários modelos, em que cada um deve ser visto como um sistema em si mesmo que funcionam como uma espécie de quadro, de guia de leitura e intervenção que fixa o objeto de estudo sem se confundir com ele (MIERMONT, 1994).

O terapeuta familiar pode oferecer uma melhora das interações no interior do sistema familiar e fazer um processo de recodificação de mensagens, onde possibilita a maior compreensão nas suas comunicações. Também pode facilitar uma busca e descoberta de novos caminhos de relação sistêmica, incitar a todos para atuarem e descobrirem onde convém introduzir mudanças para favorecer uma evolução e um amadurecimento ao paciente identificado e em todo sistema.

Claudia Regina Ribeiro
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